Em Santa Catarina a boccia era praticada nas zonas de colonização italiana, no início de 1900, em clubes especializados ou mesmo em sociedades esportivas e recreativas ligadas a outras modalidades e centros comunitários. É um dos esportes mais antigos da humanidade, bastante popular em toda a Europa. Na França, era praticado em ruas e praças públicas e ficou conhecido como o 'jeu de grosses boules' ou jogo das grandes bolas.
Depois de ser difundido na Argentina, a bocha veio também para o Brasil, pelas mãos dos colonos italianos. Logo se espalharia pela América do Sul, muito mais associada ao lazer que propriamente uma prática esportiva regulamentada.
O jogo de bocha basicamente consiste em atirar uma bola pequena (bolim) numa determinada área da cancha e, em seguida, jogar bolas maiores de modo a se posicionarem o mais perto possível do bolim, podendo inclusive deslocar as bolas jogadas pelo adversário. A bocha pode ser disputada nas modalidades individual, duplas e trios. No individual, o jogador terá quatro bochas suas, enquanto em duplas ou em trios cada jogador terá duas bochas. Nas partidas de duplas ou de trios, é permitida a substituição de um jogador.
Presente desde a primeira edição dos Jogos Abertos, em 1960, a bocha faz parte do grupo de esportes ditos étnicos, por sua forte ligação com as tradições culturais herdadas dos imigrantes europeus. Nas duas primeiras vezes em que a modalidade fez parte dos Jogos (1960 e 1965) Brusque foi campeã, ficando Blumenau e Caçador, respectivamente, em segundo lugar.
Já a participação feminina nos Jogos Abertos aconteceria somente em 1993, em Tubarão, com a vitória de Santo Amaro da Imperatriz sobre Itapema. Nessa primeira década, quem mais se sobressaiu foi a equipe de Blumenau, com o ouro em 1994, 1998 e 1999.
A edição dos JASC de 2008, cancelada já em andamento, foi a última em que se jogou na regra antiga. Desde então, entrou em vigor o regulamento oficial da bocha rafa vollo, acompanhando as mudanças na Confederação Brasileira de Bocha e Bolão, cujo objetivo é transformar a bocha em modalidade olímpica.
Extraído do livro “JASC 50 anos, história de vencedores” de Marco Aurélio Gomes e Valmor Fritsche
Histórico:
21 municípios já se sagraram campeões da bocha masculina, tornando a modalidade uma das mais 'democráticas' dos Jogos Abertos. O naipe masculino está presente desde a 1ª edição dos Jogos (mas acabou ficando de fora entre 1961 e 1964 e também em 1966). Em 2011 foi criada a Divisão Especial, uma vez que mais de 100 municípios mostraram interesse em disputar a modalidade nos microrregionais. Já o naipe feminino foi introduzido no programa dos Jogos em 1993.
MASCULINO
Chapecó = 17 títulos
Caçador = 7 (atual campeão)
São Ludgero = 4
Concórdia, Rio do Sul = 3
Blumenau = 2 (1979 e 2003. Blumenau ainda foi vice campeão em 1960, 1981, 1992, 2011 e 2015)
Brusque, Faxinal dos Guedes, Joaçaba, Timbó = 2;
Florianópolis, Braço do Norte, Campos Novos, Criciúma, Itajaí, Jaraguá do Sul, Lauro Muller, Mafra, Tubarão, Xanxerê, Içara = 1.
TOTAL = 50 edições sendo 55 troféus (50 + 5 da Divisão Especial criada em 2011)
Campeões e vices por ano
1960 Brusque - Blumenau
1965 Brusque - Caçador
1967 Mafra - Caçador
1968 Caçador - Rio do Sul
1969 Tubarão - Rio do Sul
1970 Concórdia - Joaçaba
1971 Rio do Sul - Concórdia
1972 Rio do Sul - Itajaí
1973 Concórdia - Itajaí
1974 Criciúma - Baln. Camboriú
1975 Chapecó - Criciúma
1976 São Ludgero - Chapecó
1977 Lauro Müller - Chapecó
1978 Caçador - São Ludgero
1979 Blumenau - São Carlos
1980 São Ludgero - Orleans
1981 Chapecó - Blumenau
1982 Itajaí - São Ludgero
1983 edição cancelada
1984 Concórdia - Videira
1985 Chapecó - Videira
1986 Chapecó - Joinville
1987 Faxinal dos Guedes - Chapecó
1988 Joaçaba - Concórdia
1989 Joaçaba - Chapecó
1990 Chapecó - Faxinal dos Guedes
1991 Faxinal dos Guedes - Chapecó
1992 Chapecó - Blumenau
1993 Chapecó - Campos Novos
1994 Campos Novos - Chapecó
1995 São Ludgero - Chapecó
1996 Braço do Norte - Chapecó
1997 Chapecó - São Ludgero
1998 Chapecó - Rio Negrinho
1999 Chapecó - Rio Negrinho
2000 Chapecó - São Ludgero
2001 Chapecó - Braço do Norte
2002 São Ludgero - Chapecó
2003 Blumenau - Timbó
2004 Timbó - Caçador
2005 Chapecó - São Ludgero
2006 Chapecó - São Ludgero
2007 Jaraguá do Sul - Chapecó
2008 edição cancelada
2009 Chapecó - São Ludgero
2010 Chapecó - Criciúma
2011 Xanxerê - Blumenau
2012 Florianópolis - Faxinal dos Guedes
2013 Chapecó - Quilombo
2014 Timbó - Itajaí
2015 Içara - Blumenau
2016 edição cancelada
2017 Caçador - Xaxim
MASCULINO (Divisão Especial)
2011 Rio do Sul - Criciúma
2012 Caçador - Criciúma
2013 Caçador - Criciúma
2014 Caçador - Chapecó
2015 Caçador - Timbó
FEMININO
Chapecó = 7 títulos
Blumenau = 4 (1994, 1998, 1999 e 2013. Blumenau ainda foi vice campeão em 1996, 2005 e 2006)
Xanxerê = 3
Campos Novos e Itajaí = 2 títulos cada (Itajaí é o atual bicampeão)
São Ludgero, Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça, Timbó e Gaspar = 1 título.
Campeões e vices por ano
1993 Santo Amaro da Imperatriz - Itapema
1994 Blumenau - Chapecó
1995 Palhoça - Timbó
1996 Campos Novos - Blumenau
1997 Xanxerê - Concórdia
1998 Blumenau - Xanxerê
1999 Blumenau - São Miguel do Oeste
2000 Timbó - Brusque
2001 Xanxerê - Brusque
2002 Xanxerê - Capinzal
2003 Gaspar - Xanxerê
2004 São Ludgero - Capinzal
2005 Chapecó - Blumenau
2006 Chapecó - Blumenau
2007 Campos Novos - Chapecó
2008 edição cancelada
2009 Chapecó - Campos Novos
2010 Chapecó - São Bento do Sul
2011 Chapecó - Criciúma
2012 Chapecó - São Bento do Sul
2013 Blumenau - Itajaí
2014 Itajaí - Chapecó
2015 Itajaí - Criciúma
2016 edição cancelada
2017 Chapecó - São Carlos
Extraído de fesporte.sc.gov.br (montagem de Juliano Russi)
Fotos: Petra Mafalda, Murilo Roso, Geraldo de Cesaro.