No início dos anos 90, as manchetes das páginas esportivas dos jornais eram repetitivas nas referências à ginástica rítmica: "Blumenau dá um banho de beleza", "GRD de Blumenau mais uma vez é líder", "Blumenauenses sem adversárias na GRD dos JASC", "Blumenau sobra com ginástica no tablado", "GRD mantém hegemonia, ginastas de Blumenau dão show e conquistam troféu".
Foram 17 títulos conquistados por Blumenau na ginástica rítmica em Jogos Abertos. Dezesseis deles consecutivos. O último troféu foi em 1994, na edição de Florianópolis.
Não seria nenhum exagero afirmar que durante praticamente 18 anos, desde que, em 1976 a ginástica rítmica foi incluída como modalidade oficial nos Jogos Abertos, a disputa foi para saber qual município ficaria com o segundo lugar. Isso porque o ouro já estava reservado para a equipe de Blumenau. A prata ora era de São Bento do Sul ou Caçador, ora era de Indaial ou Timbó. Florianópolis ficou em segundo lugar nos JASC de 1978 e chegou a arrancar um inédito empate no primeiro lugar na edição realizada em Concórdia (1984). Essa superioridade se manteve até 1994, quando as meninas de Joinville assumem a hegemonia, deixando Blumenau agora em segundo lugar, numa rotina que se repetiria até 2001.
O segredo do longevo sucesso de Blumenau, de acordo com a professora Lia Beckhauser, que foi coordenadora da GR no município, estava na capacidade de renovação proporcionada pela escolinha mantida pela Fundação Municipal de Esportes, com o apoio de clubes e empresas. A equipe era treinada pelas professoras Cristiana Mogk de Faria e Ema Egerland. "A perda de um talento era compensada com o aparecimento de outro ainda melhor", lembra Lia.
A GR é praticada numa quadra de tapete com amortecimento de impacto medindo 13 x 13 metros. Neste espaço, as ginastas executam uma composição (coreografia), com elementos corporais, unidos aos elementos-aparelhos: corda, arco, bola, maças e fita com acompanhamento musical. As competições podem ser individuais e de conjunto. A modalidade, introduzida no Brasil na década de 1950 pela professora austríaca Margare Frohlich, já foi chamada Ginástica Moderna (1963), Ginástica Feminina Moderna (1972), Ginástica Rítmica Moderna, GRD (1975) e, finalmente, Ginástica Rítmica, desde o ciclo do código de pontuação, em 2001.
Extraído do livro “JASC 50 anos, história de vencedores” de Marco Aurélio Gomes e Valmor Fritsche
Histórico:
FEMININO
Blumenau = 17 títulos, sendo 16 consecutivos (último em 1994) + 9 vices;
Joinville = 10;
Florianópolis = 9 (atual bicampeão);
Itajaí = 1;
TOTAL = 37 edições.
Campeões e vices por ano
1976 Blumenau São Bento do Sul
1977 Blumenau Caçador
1978 Blumenau Fpolis
1979 Blumenau Caçador
1980 Blumenau Joaçaba
1981 Blumenau Joinville
1982 Blumenau Joinville
1983 edição cancelada
1984 Blumenau Fpolis
1985 Blumenau Indaial
1986 Blumenau Indaial
1987 Blumenau Joinville
1988 Blumenau Joinville
1989 Blumenau Joinville
1990 Blumenau Joinville
1991 Blumenau Timbó
1992 Blumenau Joinville
1993 Joinville Blumenau
1994 Blumenau Joinville
1995 Joinville Blumenau
1996 Joinville Blumenau
1997 não teve o número mínimo de participantes
1998 Joinville Blumenau
1999 Joinville Blumenau
2000 Joinville Blumenau
2001 Joinville Fpolis
2002 Fpolis Joinville
2003 Joinville Fpolis
2004 Fpolis Joinville
2005 Joinville Fpolis
2006 Fpolis Joinville
2007 Joinville Fpolis
2008 edição cancelada
2009 Fpolis Blumenau
2010 Fpolis Joinville
2011 Fpolis Blumenau
2012 Fpolis Itajaí
2013 Itajaí Fpolis
2014 Fpolis Blumenau
2015 Fpolis Joinville
Extraído de fesporte.sc.gov.br (montagem de Juliano Russi)
Como foi no ano passado:
FLORIANÓPOLIS É BICAMPEÃO DA GINÁSTICA RÍTMICA
Pelo segundo ano consecutivo, Florianópolis conquista o troféu geral da ginástica rítmica dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Joinville e Itajaí ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. A premiação da modalidade foi entregue na manhã desta sexta-feira (18), no ginásio do Colégio Marista Frei Rogério, em Joaçaba.
Florianópolis, que participou da competição com sete ginastas, somou sete medalhas: ouro no conjunto de fitas e no conjunto de arco e maças; prata no geral de conjuntos e no individual por equipes; e bronze no individual de arco, individual de maças e no individual geral.
Para Maria Helena Kraeski, técnica desde 1991 e nove vezes campeã dos Jasc, o título resulta de muita dedicação da equipe, que treina de segunda a sábado, quatro horas ao dia. “Elas abdicam de muitas coisas para treinar. E o amor pela modalidade é o principal incentivo”, afirma, também destacando o apoio do município para que os objetivos sejam atingidos.
A ginasta Letícia Dutra, de 22 anos, ressalta que o troféu faz valer a pena todo o sofrimento, as dores e o cansaço. “Tudo se transforma em felicidade”, ressalta ela, que iniciou na modalidade com cinco anos e compete nos Jasc desde 2007.Nesta edição, ela faturou três medalhas de bronze. “É a minha maior paixão. Eu respiro ginástica”. Letícia integrou a Seleção Brasileira entre 2010 e 2012, é campeã Sul-Americana, campeã brasileira de conjuntos, segundo lugar no Pré Pan-Americano e já participou do campeonato mundial.
Assim como Letícia, o projeto de Florianópolis já revelou grandes atletas e levou várias ginastas para a seleção, como Luísa Matsuo, que conquistou seis medalhas de ouro em dois Jogos Pan-Americanos: no Rio, em 2007; e em Guadalajara, no México, em 2011. Hoje, ela é a auxiliar técnica da equipe.
As disputas da ginástica rítmica nos Jasc 2015 tiveram a participação de 30 atletas, de cinco municípios. A competição é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), em parceria com as prefeituras de Joaçaba, Herval d’ Oeste e Luzerna e com o apoio de Erval Velho e Lacerdópolis.
Texto: Mayelle Hall
Fotos: Antônio Prado e Petra Mafalda