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CBV projeta Taça Ouro e novo torneio pode modificar cenário nacional
Vôlei
Publicado em 03/02/2017

 

 

De acordo com matéria do jornalista Daniel Ottoni, do jornal O Tempo, a Confederação Brasileira de Vôlei pretende criar a Taça Ouro, torneio previsto para acontecer em julho ou agosto, e que daria ao campeão uma vaga na Superliga 2017/2018. A informação surge em meio a disputa da Superliga B, segunda competição mais importante do país e que também concede ao campeão um lugar na elite.

 

A Taça Ouro teria como participantes os dois últimos colocados na Superliga 2016/2017, além de qualquer clube que queira ingressar na elite nacional, ou seja, não existiria mais a necessidade de um novo time ter que passar pela Superliga B. O torneio ainda não está oficializado pela CBV, mas já vem gerando certas discussões no meio do voleibol, já que sua criação modificaria o cenário atual da modalidade no país.

 

Vale lembrar que o Sesc-RJ tentou ingressar de forma direta na Superliga 2016/2017, mas os clubes não aceitaram, o que fez a CBV criar a Taça Prata, que serviu de trampolim para vários times aparecerem na Superliga B deste ano. Atualmente, os cariocas estão com 100% de aproveitamento e são apontados como favoritos a vaga na elite, enquanto na Superliga 2016/2017, o Caramuru/Castro, hoje lanterna, ainda não venceu na competição.

 

“Estamos percebendo que nem todos os times que sobem da Superliga B possuem condições de jogar na elite”, declarou o diretor de competições de quadra da CBV, Radamés Lattari, em entrevista ao jornal O Tempo.

 

A CBV não esconde que pretende aumentar o nível da principal competição do Brasil, porém essa medida pode acabar esvaziando a Superliga B, já que o principal interesse de se jogar essa competição é de chegar a elite. Com a Taça Ouro, qual será a motivação? Como ficam os clubes que tem contratos com os jogadores até abril e teriam que renovar por mais um período? E os jogadores que assinariam apenas por três meses para jogar o torneio?

 

Adendos de Bruno Voloch (http://esportes.estadao.com.br/blogs/bruno-voloch/):

 

Qualquer clube, inclusive aqueles que hoje jogam a segundona, poderão se inscrever e jogar a Taça de Ouro. Caramuru e o penúltimo colocado da Superliga A também entram no bolo, ou seja, ninguém cai direto.

 

A Taça de Ouro vai dar ao campeão o direito de ser o 12º participante da Superliga A em 2017/18. O que isso quer dizer?

 

Primeiro que os clubes inscritos na Superliga B jogaram dinheiro fora e gastaram muito mais do que efetivamente precisavam.

 

Segundo, que pelo precedente aberto por Radamés, seria muito mais simples pagar apenas 2 meses de salários entre julho e setembro, montar um time de ponta, jogar a Taça de Ouro e se classificar para a primeira divisão. Duro é constatar que o próprio Sesc entrou pelo cano. Queimou cartucho na Superliga B ao invés de jogar apenas a Taça de Ouro.

 

O mais grave é que qualquer clube pode arrumar um bom patrocinador no meio do ano, montar um time e jogar a Superliga A na próxima temporada sem passar pela Superliga B, divisão de acesso. Revoltado, e com razão, o Botafogo, que joga Superliga B, diz que só foi avisado da mudança das regras no arbitral e reclama que Radamés tenha ‘aberto as portas’ para qualquer um jogar a Superliga e entrar pela janela. Até o Sesc, virtual campeão da Superliga B, faz coro e alega que a Superliga B ficou desmoralizada com a decisão de Radamés.

 

Vamos aguardar e ver quais serão as medidas a serem tomadas e como o mercado vai se comportar com isso. 

 

Texto base: http://www.espacodovolei.com/

Crédito da foto: Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV

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