A origem do remo esportivo é incerta. Há relatos de regatas venezianas que datam do ano 942. Na era moderna, o esporte é introduzido nas universidades da Inglaterra, espalha-se pela Europa e, mais tarde, ganharia a América do Norte. Desde 1900, o remo faz parte dos Jogos Olímpicos.
No Brasil, muitas sociedades esportivas, hoje famosas por seus times de futebol, tiveram início como clubes de regatas. Vasco da Gama, Botafogo e Flamengo são alguns exemplos. Nas primeiras décadas do século passado era o remo que atraía multidões às provas na Lagoa Rodrigo de Freitas, da mesma forma que a bola, mais tarde, levaria a massa ao Maracanã.
Em Santa Catarina, os clubes de remo são centenários ou estão muito perto disso. O Clube Náutico América, de Blumenau, é de 1920. Na Capital, o Clube Náutico Francisco Martinelli e o Clube Náutico Riachuelo foram fundados em 1915, e o Clube de Regatas Aldo Luz em 1918. Em Joinville, clubes tradicionais como o Cruzeiro, Cachoeira e Atlântico foram desativados nos anos oitenta. Sobrou apenas um pavilhão no bairro Espinheiros, com alguns barcos antigos, testemunhas decrépitas de grandes disputas.
A situação do remo nos Jogos Abertos de Santa Catarina sempre foi meio parecida com a do trapezista na corda bamba. O ingresso ocorreu na edição de 1969, em Joinville, com uma bela disputa de sete páreos na Baía da Babitonga. Além de trazer visibilidade para o remo, com matérias de página inteira nos grandes jornais, os JASC sempre representaram um tira-teima para os clubes, que travam uma verdadeira guerra pelo troféu. Com exceção de alguns casos singulares como os de São Francisco do Sul, Laguna, Biguaçu e Presidente Getúlio, onde o remo é (ou era) praticado de forma independente, somente os clubes de Blumenau e Fpolis inscrevem equipes nos JASC. Para atingir o número mínimo de municípios inscritos exigidos pela Fesporte (hoje é seis) os clubes distribuem seus atletas. O que é um pouco estranho à primeira vista, mas legítimo na luta pela sobrevivência da modalidade na competição.
Atualmente, são disputadas cinco categorias nos JASC: double skiff peso leve, dois sem timoneiro, single skiff, double skiff e quatro sem timoneiro peso leve.
Extraído do livro “JASC 50 anos, história de vencedores” de Marco Aurélio Gomes e Valmor Fritsche
Histórico:
Florianópolis = 21 títulos;
Blumenau = 2 (2012 e 2014) + 12 vices.
Tubarão = 1;
TOTAL = 24 edições.
Campeões e vices por ano
1969 Florianópolis - Blumenau
1972 Florianópolis - Blumenau
1990 Florianópolis - José Boiteux
1991 Florianópolis - José Boiteux
1992 não contou pontos pro quadro geral
1993 Tubarão - Biguaçu
1994 Florianópolis - Blumenau
1995 Florianópolis - Blumenau
1996 Florianópolis - Biguaçu
1997 Florianópolis - Blumenau
1998 Florianópolis - Balneário Arroio do Silva
1999 Florianópolis - Joinville
2000 Florianópolis - Joinville
2001 Florianópolis - Tubarão
2002 não contou pontos pro quadro geral
2003 Florianópolis - Blumenau
2004 Florianópolis - Blumenau
2005 Florianópolis - Presidente Getúlio
2006 Florianópolis - Blumenau
2007 não contou pontos pro quadro geral
2008 edição cancelada
2009 Florianópolis - Blumenau
2010 Florianópolis - Blumenau
2011 Florianópolis - Blumenau
2012 Blumenau - Florianópolis
2013 Florianópolis - Blumenau
2014 Blumenau - Florianópolis
2015 Florianópolis - Criciúma
Extraído de fesporte.sc.gov.br (montagem de Juliano Russi)
Como foi na última edição, em 2015:
UM DIA PARA REMAR NO ALAGADOS
O remo dos Jogos Abertos será disputado nesta quinta-feira (17)), em Erval Velho, na localidade chamada Alagados, a 17 quilômetros de Joaçaba, na barragem do grupo BRF. A competição terá apenas um dia de disputas, sem a etapa eliminatória, que foi suprimida pela coordenação da modalidade por causa do número de remadores inscritos.
Em Joaçaba a competição terá 40 remadores representando oito municípios e provas de Double skiff peso-leve, Dois sem, Single skiff, Double skiff e Quatro sem peso-leve. Os municípios participantes são Águas Mornas, Blumenau, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Palhoça, Santo Amaro e São José. Ano passado, em Itajaí, Blumenau ficou em primeiro, quebrando a hegemonia de Florianópolis, que já tem 19 conquistas.
Esta modalidade foi disputada pela primeira vez nos Jogos Abertos de 1969, em Florianópolis. Ficou fora da programação em 70 e 71 (Rio do Sul e Concórdia), voltou em 72 (Itajaí) e só foi disputada novamente a partir de 1990, em Blumenau. A última interrupção aconteceu nos Jogos de Jaraguá Sul, em 2007.
O REMO É COM FLORIANÓPOLIS
A rivalidade entre os clubes de remo de Florianópolis apareceu com força na competição dos Jogos Abertos, disputada nesta quinta-feira (17) no Alagado, represa localizada em Erval Velho. O Martinelli nas guarnições da Capital, e o Aldo Luz com Criciúma, determinaram o andamento da competição cujo domínio desde 2010 era repartido com o América, representando Blumenau, a última campeã.
Florianópolis ganhou quatro das cinco provas do programa e recuperou o título da modalidade, somando 52 pontos contra 37 de Criciúma e 23 de Blumenau. Ricardo Muhle, Marco Moreira Martins (adultos), e Lucas Paulo Setúbal (junior), remadores experientes e campeões brasileiros em suas categorias, desequilibraram a disputa em favor de Florianópolis no Dois sem, Single-skiff, Double-skiff e Quatro-sem. A única vitória de Criciúma foi sobre Blumenau, com Pedro Morgado e José Vitor Farias, no Double-skiff-leve.
Ricardo Muhle, 27 anos, voltou a remar por Florianópolis e no Martinelli, depois de passar uma temporada no Rio de Janeiro competindo pelo Vasco. Começou a praticar esporte com 18 anos e venceu tantos Jogos Abertos que não consegue lembrar o número de títulos. “Acho que foram uns 12”. Marco Martins tem 37 anos e também passou pelo Rio, mas no Flamengo. Depois de algum esforço de memória concluiu que tem 12 títulos nos Jogos Abertos.
Texto: Mario Medaglia
Fotos: Mauricio Brollo e Petra Mafalda