Antes da chegada de Carlos Arthur Nuzman na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), na metade da década de 1970, o vôlei era uma modalidade relegada ao segundo plano. Vinha, na preferência dos brasileiros, bem depois do futebol e muito abaixo do basquete. No feminino, até havia um compreensível interesse por conta do desfile de beldades nas quadras. Nuzman soube usar como ninguém o marketing esportivo a favor do vôlei, ao mesmo tempo em que profissionalizou a organização das competições.
Anos depois, o vôlei explode no Brasil. Em Santa Catarina, onde sempre gozou de maior prestígio, não foi diferente. A qualidade dos jogadores - favorecida por um biótipo quase ideal para a modalidade - e a competência de treinadores e dirigentes na gestão do esporte atraíram para o estado durante um longo período os olhares do público e o dinheiro dos patrocinadores, que montaram grandes equipes. Alguns clubes brasileiros, como o Pinheiros, de São Paulo, e Cimed, de Florianópolis, graças aos polpudos patrocínios, puderam contar com alguns dos melhores jogadores do mundo como Giba, Gustavo, Marcelinho, Rodrigão e Bruninho - para citar apenas alguns. E este espetáculo, por consequência, foi parar nos Jogos Abertos, com exibições de gala de atletas de Seleção Brasileira, acostumados a jogar, primeiramente, nas edições da Liga Nacional e agora, nas competições da Superliga - uma das mais fortes do planeta.
Numa retrospectiva dos nomes que arrebentaram nas quadras catarinenses, cada um a sua época, não faltariam algumas unanimidades a começar pelos blumenauenses Valmor Buss e Romeo Jaehrig, craque também no basquete, e o pilão Pecos Borsatti, em Concórdia, e sua cortada matadora. A lista teria também Aranha, Carlos Toaldo, Tadeu, Giovane Gávio, o próprio Carlão, que jogou no oeste, Chiquita (Carlos Augusto Almeida) e Marco Milinkovic, argentino-croata que já defendeu Chapecó e Unisul. Carlos Eduardo Schwanke, com certeza, estaria nesta seleção junto com Xanxa, Janélson, Pelé, Berbegier, Doro e Paulo Roese, um dos maiores levantadores de todos os tempos.
No feminino o Brasil formou nos últimos anos o melhor voleibol do mundo. E pelo menos uma parte dele é "made in Santa Catarina". Como gerador de talentos, os Jogos Abertos de Santa Catarina tem também muito a ver com isso. Uma plêiade de atletas foi moldada nas quadras dos Joguinhos e dos Jogos Abertos, no suor da disputa ou na simples observação da qualidade da companheira ou da adversária, como aprendizado.
Assim, produzimos Ruth Hoffmann, Heloísa Hoffmann, Janeth dos Santos, Ana Lilian, Simone Storm, Ruthnalda Seller, Vilma Lange, Isabel e Ana Moser, esta última talvez a maior jogadora do nosso vôlei nos últimos tempos - em 23 anos de carreira chegou a estar ranqueada entre as melhores do mundo. Mais recentemente, garimpamos em Joaçaba uma Natália Zilio Pereira, atualmente titular absoluta da seleção brasileira.
Extraído do livro “JASC 50 anos, história de vencedores” de Marco Aurélio Gomes e Valmor Fritsche
Histórico:
MASCULINO
Blumenau = 21 títulos (atual campeão) + 15 vices;
Chapecó = 13;
Florianópolis = 10;
Concórdia = 6;
Joinville = 2;
Brusque, São Bento do Sul = 1;
TOTAL = 54 edições.
Campeões e vices por ano
1960 Florianópolis - Concórdia
1961 Florianópolis - Brusque
1962 Blumenau - Brusque
1963 Florianópolis - Blumenau
1964 Blumenau - Joinville
1965 Brusque - Blumenau
1966 Blumenau - Brusque
1967 Concórdia - Blumenau
1968 Blumenau - Concórdia
1969 Blumenau - Concórdia
1970 Blumenau - Joinville
1971 Blumenau - Concórdia
1972 Blumenau - Concórdia
1973 Chapecó - Blumenau
1974 Chapecó - Blumenau
1975 Concórdia - Chapecó
1976 Blumenau - Concórdia
1977 Blumenau - Concórdia
1978 Concórdia - Blumenau
1979 Blumenau - Chapecó
1980 Blumenau - Chapecó
1981 Blumenau - Chapecó
1982 Chapecó - Blumenau
1983 edição cancelada
1984 Chapecó - Concórdia
1985 Concórdia - Chapecó
1986 Concórdia - Chapecó
1987 Chapecó - Concórdia
1988 Chapecó - Concórdia
1989 Concórdia - Chapecó
1990 Chapecó - Blumenau
1991 Joinville - Chapecó
1992 Joinville - São Bento do Sul
1993 Chapecó - São Bento do Sul
1994 Chapecó - Joinville
1995 Chapecó - Blumenau
1996 São Bento do Sul - Blumenau
1997 Blumenau - São Bento do Sul
1998 Blumenau - Chapecó
1999 Blumenau - São José
2000 Florianópolis - São José
2001 Florianópolis - São José
2002 Florianópolis - Blumenau
2003 Florianópolis - São José
2004 Blumenau - Florianópolis
2005 Florianópolis - Blumenau
2006 Florianópolis - São José
2007 Blumenau - Chapecó
2008 edição cancelada
2009 Blumenau - Joinville
2010 Florianópolis - Blumenau
2011 Blumenau - Florianópolis
2012 Chapecó - Florianópolis
2013 Chapecó - Blumenau
2014 Chapecó - Blumenau
2015 Blumenau - Florianópolis
FEMININO
Blumenau = 26 títulos (último em 2007) + 10 vices;
Brusque = 13;
Joinville = 6;
Rio do Sul = 6 (atual hexacampeão);
Chapecó, Florianópolis, Pomerode = 1.
TOTAL = 54 edições
Campeões e vices por ano
1960 Florianópolis - Brusque
1961 Brusque - Florianópolis
1962 Brusque - Florianópolis
1963 Brusque - Blumenau
1964 Brusque - Blumenau
1965 Brusque - Joinville
1966 Brusque - Joinville
1967 Brusque - Joinville
1968 Joinville - Brusque
1969 Brusque - Joinville
1970 Brusque - Joinville
1971 Brusque - Joinville
1972 Blumenau - Brusque
1973 Blumenau - Brusque
1974 Blumenau - Joinville
1975 Blumenau - Brusque
1976 Blumenau - Brusque
1977 Blumenau - Brusque
1978 Blumenau - Brusque
1979 Blumenau - Florianópolis
1980 Blumenau - Concórdia
1981 Blumenau - Lages
1982 Blumenau - Lages
1983 edição cancelada
1984 Blumenau - Brusque
1985 Brusque - Blumenau
1986 Blumenau - Brusque
1987 Blumenau - Concórdia
1988 Blumenau - Jaraguá do Sul
1989 Blumenau - Florianópolis
1990 Blumenau - Brusque
1991 Blumenau - Chapecó
1992 Chapecó - Blumenau
1993 Blumenau - Joinville
1994 Joinville - Blumenau
1995 Joinville - Brusque
1996 Joinville - Blumenau
1997 Joinville - Blumenau
1998 Joinville - Brusque
1999 Blumenau - Brusque
2000 Brusque - Blumenau
2001 Brusque - Blumenau
2002 Blumenau - Brusque
2003 Blumenau - Brusque
2004 Blumenau - Baln. Camboriú
2005 Blumenau - Rio do Sul
2006 Blumenau - Joaçaba
2007 Blumenau - Brusque
2008 edição cancelada
2009 Pomerode - Chapecó
2010 Rio do Sul - Brusque
2011 Rio do Sul - Chapecó
2012 Rio do Sul - Chapecó
2013 Rio do Sul - Chapecó
2014 Rio do Sul - Chapecó
2015 Rio do Sul - Blumenau
Extraído de fesporte.sc.gov.br (montagem de Juliano Russi)
Como foi nos JASC de 2015:
EM JOGO BASTANTE DISPUTADO, BLUMENAU É CAMPEÃO NO VÔLEI MASCULINO
Em meio ao jogo no segundo set o líbero blumenauense Estevam caiu no chão. Estava tonto. A equipe médica prontamente o atendeu. A pressão estava 18 por 10. Dois minutos depois, lá estava ele de volta à quadra. Ao final da partida explicou: “minha pressão caiu. Foi um misto de cansaço, adrenalina do jogo e o calor insuportável no ginásio”. A cena, na verdade, sintetiza toda a garra de Blumenau para vencer Florianópolis por 3 a 1, na final do vôlei masculino com parciais de 25/22, 25/23, 23/25 e 25/20 e sagrar-se campeã da modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) nesta sexta-feira em Luzerna.
Do lado de Florianópolis a garra também foi à tônica do time e o que não faltou foi vontade de vencer. Em um dos lances da partida o oposto Bob, de Florianópolis, bateu um saque tão forte que rasgou a rede. A partida ficou paralisada por cerca de 10 minutos para que a rede fosse concertada pelos organizadores.
No lado do time campeão a figura do levantador China, com 21 participações em Jasc, com 15 finais e oito títulos, personificava o grito dos blumenauenses de “o campeão voltou... o campeão voltou...” entoado no final da partida na volta olímpica.
“Este título é muito importante, pois coroa um trabalho de recomeço de três anos”, dizia no pódio o treinador de Blumenau André Donega. “Foi um ano muito difícil, de poucos recursos financeiros, mas de muita dedicação de todos: o time, a diretoria e o tempo mostrou que o time tem um grande potencial”, completou.
RIO DO SUL É HEXACAMPEÃO NO VÔLEI FEMININO
Duas potências do vôlei feminino decidiram o título da modalidade, nesta quinta-feira (17), na 55ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), competição que está sendo realizada nos municípios de Joaçaba, Herval D’Oeste e Luzerna até esta sexta-feira (18). De um lado, Rio do Sul, que vinha de cinco títulos consecutivos nos Jasc; e de outro, Blumenau, o maior campeão da competição, com 26 títulos na história da competição. Quem levou a melhor e festejou mais um título foi Rio do Sul, que chegou ao hexacampeonato com vitória por 3 x 0, com parciais de 25/9, 25/12 e 25/16.
Rio do Sul foi superior o tempo todo. Fechou o primeiro set em apenas 17 minutos, e o segundo, em 20 minutos, sem dificuldades. O terceiro set foi equilibrado até a metade, mas, aos poucos, Rio do Sul foi abrindo vantagem. Fez 16 x 12, ampliou para 23 x 15 e fechou em 25 x 16, em 21 minutos. O último ponto foi marcado por Jéssica, uma das atletas que ganhou os Jasc pela primeira vez. “Só tinha sido vice-campeã, e ganhar o troféu marcando o ponto final foi maravilhoso, uma sensação muito gostosa”, revelou, enquanto comemorava com a equipe.
Para chegar a mais um título, Rio do Sul disputou seis jogos: venceu cinco por 3 x 0, e só sofreu para derrotar Itajaí (3 x2), ainda na fase de grupos. O técnico de Rio do Sul, Jéferson Vandresen, afirmou que “a dedicação das meninas fez a diferença, já que nossa equipe está dividida entre os Jasc e a Superliga de Vôlei. É meu primeiro título como técnico nos Jasc, pois o técnico da equipe é o Spencer Lee, que já viajou com o restante do grupo para Uberlândia (MG), onde jogamos na noite desta sexta-feira”, destacou
Do time que ganhou o título nesta quinta-feira, duas atletas são tricampeãs (Camila e Vanessa); e cinco estavam no grupo que foi campeão em 2014: Duda, Fernanda e Luciana, além de Camila e Vanessa. “O nosso maior desafio era encarar as duas competições. Aqui fomos campeões e, na Superliga, somos a única equipe do Sul do Brasil. Estamos em 5º”, salientou, ao anunciar que parte da delegação campeã viaja na madrugada desta sexta-feira para Uberlândia. O último título de Blumenau, no vôlei feminino dos Jasc, foi em 2007.
A preliminar também foi disputada por duas equipes que já foram campeãs. Florianópolis e Chapecó decidiram o 3º lugar. A medalha de bronze ficou com Chapecó, que venceu por 3 x 1, de virada, com parciais de 28/30, 25/10, 25/12 e 25/22. Os dois jogos foram no ginásio municipal de Luzerna.
Textos: Antonio Prado e Geraldo De Cesaro
Fotos: http://memoriaesportivadesc.blogspot.com.br, Gizele Vizzoto, Clovis Cucco