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Maike anuncia aposentadoria dos tatames
Artes Marciais
Publicado em 05/03/2019

 

 

Karateca blumenauense, com vários títulos pela Seleção Brasileira de karate, deixa de competir no alto rendimento

 

O torcedor apaixonado pelo karate, não tem mais a chance de ver os golpes certeiros, a força e a garra de Maike de Oliveira. Na noite do último domingo, dia 03 de março, a melhor karateca blumenauense anunciou sua despedida dos tatames.  Aos 32 anos, a atleta da Associação Blumenau de karate/Ipiranga/Barão/Park Europeu/Arawaza/Promoshirt/FMD Blumenau se aposenta, mas segue com o esporte o qual escolheu, mas do outro lado: como integrante da comissão técnica da ABK e professora de karate.

 

Por meio de suas redes sociais, Maike, titular da Seleção Brasileira de karate por cinco anos consecutivos na categoria Kumitê até 61 quilos,  explica as razões pelas quais optou por deixar de competir no alto rendimento. De acordo com ela, as constantes dores no joelho direito (foram três cirurgias), pesaram muito na sua decisão. “Não é fácil saber qual é o momento certo. Preferi tomar essa decisão com muita calma. Tive um longo ano de 2018 pensando e me recuperando ainda da minha última cirurgia do joelho e analisando todo o contexto”, declara a atleta, que se despediu das competições com o título de campeã brasileira, vencendo duas adversárias, até então, titulares no seu peso.

 

“Para chegar e se manter em alto nível é necessária uma doação de parte da sua vida, a qual me orgulho muito em dizer que fiz com muita dedicação e que valeu muito a pena. De verdade, guardarei eternamente no meu coração todos os momentos incríveis pelos quais passei e todas as conquistas que foram muito batalhadas. E meu karate? É claro que continua. É meu modo de vida. A competição é apenas um pilar. O karate é muito grande de muitas outras formas. Vou continuar praticando enquanto ainda tiver joelhos que aguentem (risos)”, escreveu Maike na rede social.

 

 

Conquistas

 

Ao longo de 20 anos de carreira, Maike coleciona títulos importantes, não só com a camisa da Seleção Brasileira, mas também pela ABK. A blumenauense enumera algumas conquistas, como o título de campeã estadual, logo na sua primeira competição oficial – o que representou o impulso para a sua carreira. “Na época, recebi a premiação de aluna destaque da associação, com menos de um ano de treino”, lembra Maike, que subiu ainda ao pódio pela ABK em outras importantes competições, como os Jogos Abertos de Santa Catarina, Joguinhos Abertos e Campeonato Brasileiro.

 

Pela Seleção Brasileira de Karate, Maike acumula também importantes conquistas. Dentre as quais, cita como o grande momento na Seleção, o ouro no Pan-Americano do Rio em 2016. Segundo ela, foi um título especial em dose dupla. “Era um título o qual eu ainda não tinha e por estar sendo disputado no meu país. Foi uma competição, a qual eu realmente senti que contribui muito com a equipe. Isso me deixou muito feliz”, declara a blumenauense, que ainda foi sétima colocada no Campeonato Mundial de 2014, em Bremer, na Alemanha.

 

 

Sobre o título ou luta mais marcante da sua carreira, a blumenauense diz que todos têm um sabor e um sentimento único, entretanto, cita que o bronze conquistado na etapa da Premier League em Okinawa, no Japão, em 2016, é especial, por várias circunstâncias. Ela lembra, que havia recém passado por um procedimento cirúrgico no joelho (o segundo), e estava quase 300 pontos atrás da então líder do ranking da confederação Brasileira de karate (CBK).

 

Momentos marcantes

 

“Com menos de três meses de cirurgia, tive uma recuperação maravilhosa. Ganhei o Brasileiro daquele ano, a etapa do Open da Turquia, vários Opens Nacionais e, mesmo assim, era obrigada a medalhar na Premier League do Japão, que é sempre muito forte. E tinha ainda um agravante, a atleta que estava em disputa comigo pelo ranking, não poderia medalhar. Eu fui e fiquei em terceiro lugar, após um ano super difícil”, conta Maike.

 

Qual o seu próximo capítulo? Maike, que começou a praticar karate em 1999, aos 12 anos, adianta que vai continuar como professora de karate. “Quero estar levando sempre o melhor para os meus alunos e, quem sabe, descobrir novos talentos”, diz. Sobre a possibilidade de ser técnica, a blumenauense desconversa.

 

 

“Nunca tive vontade de ser treinadora, quem sabe no futuro....”, despista a blumenauense, feliz por ter aberto as portas e servir de exemplo para muitos atletas. “Espero que o caminho dessa nova geração seja mais fácil e que muitos consigam ir além do que eu fui. As oportunidades estão aí, basta muito treino e dedicação”, aconselha. “Quero ver o meu esporte brilhando em nas Olimpíadas de Tóquio em 2020”, finaliza Maike, que era considerada uma das promessas para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.

 

Fonte: Maike de Oliveira, comissão técnica da ABK.

Assessor de Comunicação: Humberto Trindade, e-mail: humbertoesporte@yahoo.com.br

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